27 de jul. de 2007

Filhos da Esperança

Pra quem quiser ficar em casa nesse friozinho, vai aqui uma dica pra alugar em DVD. Filhos da Esperança não é tão novidade assim, mas ainda figura entre os lançamentos das vídeolocadoras.

É uma ficção-científica, mas não tem armas de raio laser ou carros voadores. É uma concepção de futuro realista, na Londres de 2027. O mundo é basicamente o mesmo, com uma diferença: nenhuma mulher no planeta consegue mais engravidar. Não se sabe o motivo, e para piorar, o garoto que era o mais jovem de todos, um argentino de 18 anos, morreu em uma briga banal.
Um amargurado Clive Owen recebe a missão de uma ativista, que se descobre depois ter sido sua ex-namorada/esposa, a sempre ótima Juliane Moore. Sua tarefa é levar em segurança uma negra que misteriosamente apareceu grávida, ou seja, ela talvez seja a única esperança de uma humanidade já descrente. O problema é que a garota é uma imigrante ilegal, e o país está com uma política severa que manda todos os fugees (como eles chamam) para um Gueto, isolados do resto da população (isso quando não estão em jaulas espalhadas pela cidade).

Tecnicamente o filme dá um show, teve indicações ao Oscar de Montagem e Fotografia, além de Roteiro Adaptado. Mas o que mais chama atenção é o realismo das cenas, em particular na explosão que acontece no início do filme, e uma outra seqüência onde as personagens sofrem uma emboscada no meio da estrada – é um único plano seqüência, ou seja, são doze minutos sem um único corte, a câmera rodando sem parar, o que garante um tom documental às cenas chaves da fita. Isso sem falar no Levante do Gueto, um momento também bastante tenso.
Dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, o mesmo do excelente E Sua Mãe Também (também vale como dica para alugar em DVD) e o terceiro episódio de Harry Potter, o Prisioneiro de Azkaban (pra mim, o melhor da série), esse Filhos da Esperança tem uma narrativa eficiente, com apuro técnico e seqüências muito bem planejadas.
A história é curiosa ainda que esbarre em alguns poucos clichês. E como toda ficção, é preciso embarcar na premissa. Se você não tiver pré-conceitos contra o gênero, vale dar uma conferida. Apesar do pano de fundo semi-futurista, o filme é na verdade uma aventura dramática.
E não esqueça de ver um mini-documentário que vem no DVD, Men Under Attack, que mostra a façanha inovadora que foi filmar a seqüência na estrada.

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