22 de jul. de 2006

IMDb Reformulado!

Para quem não conhece, o IMDb (Internet Movie Database) é a bíblia dos cinéfilos. Há alguns anos, já se tornou uma ferramenta praticamente indispensável. Difícil haver um único dia que não precise acessá-lo para alguma consulta. E ao longo dos anos, o site tem ficado cada vez mais confiável e completo. É impressionante, você pode procurar o que for lá que encontra. Inclusive brasileiros. Até mesmo o Rubão tem carreira lá (faça um teste e procure por Rubens Ewald Filho), juro que não fui eu quem mandei as informações. Aliás, nem ele sabe como o site conseguiu tudo aquilo!
Mas o motivo desse post é que desde ontem, o IMDb tem passado por uma reformulação visual que, ao que tudo indica, ficará ainda mais funcional. Agora, além de uma pequena galeria de fotos na página principal de cada filme, há mini fotos na frente de cada um do elenco. Fantástico! Cada vez melhor!
Como é que os cinéfilos sobreviviam antes do IMDb!??! Sorte a nossa! Santa Internet!

14 de jul. de 2006

Superman – O Retorno


Sim, ele voltou! E isso é a melhor coisa do filme! Saber que Superman está de volta. Não sei se vocês pensaram isso, mas quando Cristopher Reeve morreu, senti que tinha acabado a esperança de ver o homem-de-aço novamente nas telonas. Meio idiota isso, pq ele já estava incapaz há quase 10 anos. Mas o cara tinha tanta garra, transmitia uma vontade de vencer, que quase que acreditávamos que um dia ele conseguiria. Enfim, assim é a vida.
O mundo deu voltas e a Warner resolveu ressuscitar a franquia. Se bem que a Warner nunca foi “dona” dos filmes Superman. Mas essa é uma outra longa história que fica para outro dia.
Estiveram envolvidos em projetos durante as últimas décadas, nomes como Tim Burton (direção), Kevin Smith (roteiro) e Nicolas Cage (ufa, olha do que nos livramos!). Houve um outro roteiro de J. J. Abrams (o criador de Lost) que seria dirigido por McG (As Panteras) e depois passou para as mãos de Brett Rattner (X-Men III – O Confronto Final). Robert Rodriguez e Michael Bay foram sondados e recusaram o projeto. Acabou ficando nas mãos do diretor de X-Men 1 e 2, Bryan Singer.

Superman – O Retorno funciona como uma homenagem, um tributo feito por um fã (Bryan Singer) ao super-herói, ao mito, à série, ao ícone. Isso fica claro desde o primeiro minuto de projeção, com letreiros voando pelo espaço iguais ao primeiro filme, de 1978. Também é no início que vemos um take de Krypton, a mesma cena utilizada no Superman - O Filme. A trilha reutiliza os temas clássicos compostos por John Willians, rearranjados por John Ottman. Há participações especiais de Jack Larson e Noel Neill, que foram respectivamente o fotógrafo Jimmy Olsen e Lois Lane na série de TV dos anos 50. E claro, a principal pontinha e mais notável é a do já falecido Marlon Brando, que fez no cinema Jor-El, o pai kryptoniano de Clark Kent. Fizeram mais ou menos o mesmo esquema de Capitão Sky E o Mundo de Amanhã, onde “ressuscitaram” Sir Laurence Olivier usando imagens de arquivo, e alterando digitalmente suas falas e movimentos labiais. Um trabalho sem dúvida notável.
Mas há basicamente duas coisas que me incomodam bastante nesse filme. A primeira delas é a songa-monga da Lois Lane que arranjaram. Kate Bosworth pode ser uma gracinha, mas não é a indicada para o papel, que é de uma mulher enérgica, orgulhosa, de queixo erguido e que não assume suas fraquezas. Margot Kidder, nos primeiros filmes da franquia fez corretamente (ainda que não fosse das mais belas). Até mesmo Teri Hatcher, que foi minha musa nos tempos da série de TV Lois e Clark – As Novas Aventuras do Superman estava dentro do espírito da personagem. Mas Kate Bosworth, francamente, derruba aquilo que podia ser uma história de amor (ou mesmo um triângulo amoroso). Não há a menor química com Brandon Routh, ao ponto de ficarmos com pena dele. Dá vontade de gritar pra tela: “Ei Super, larga dessa idiota e procura outra! Tu pode conseguir qualquer mulher do mundo!”.
Opa, já ia me esquecendo de falar de Brandon Routh! Quem é esse? Até então um ator desconhecido. Agora não mais! Brandon é o próprio, Clark Kent/ Superman. Conseguiram achar um cara, no interiorzão dos Estados Unidos que realmente parece muito com o eterno Christopher Reeve. Apesar de o filme não lhe permitir maiores vôos interpretativos, ao menos como presença em tela ele manda bem como super-herói.

Agora voltando, ao outro ponto (que não gostei do filme), e esse sim fundamental, é o roteiro fraco. Não adianta, não se faz um bom filme com uma má história. O roteiro é a base de tudo. E realmente, nesse aspecto, Superman – O Retorno fica devendo. Acho de muito mau gosto um artifício extremamente clichê que usaram e que é a grande surpresa do filme (nossa.... o q será??? Não vou falar, mas é óbvio!), que fica claro que haverá continuações.
Se por um lado elucida de forma bacana as possíveis dúvidas em relação ao herói (seus poderes de visão de raio X, super audição, se ele ajuda as pessoas em outros países etc), por outro lado falta uma ameaça maior ao Homem de Aço. Lex Luthor, seu arqui-inimigo, interpretado aqui por Kevin Spacey, já teve diferentes versões de caráter ao longo dos anos. A mais bem sucedida, é a do master-mind, do criminoso de mente brilhante que elabora planos mirabolantes para vencê-lo. Neste filme, restou um plano meia-boca, que qualquer outro super-herói poderia dar conta do recado (Pink e o Cérebro podiam armar algo melhor!).
Luthor vai à Fortaleza da Solidão, o lar oficial de Superman, e rouba aqueles cristaizinhos mágicos, com a idéia de construir um novo continente, da mesma forma que um desses cristais construiu a Fortaleza. A diferença é que ele coloca kryptonita no meio disso tudo.
A história se passa após o segundo filme, aquele de 1980. Portanto, esqueçam os fracos 3 e 4 que tiveram depois. Aqui, Superman viaja em busca de suas origens no planeta natal Krypton mas retorna, depois de um bom tempo procurando por vestígios. Em sua volta à Terra, além de cuidar da humanidade, o homem de aço tenta reconquistar o coração de Lois Lane, que nesse ínterim ganhou um prêmio Pulitzer por seu artigo publicado no Planeta Diário, entitulado “Porque o Mundo não Precisa de Superman”.
Lois agora está casada (com James Marsden, numa participação dispensável) e tem um filho, de 5 anos. Hum.... bom, deixa pra lá!
A primeira aparição pública de Superman depois de sua volta é em grande estilo. Aliás, é a melhor seqüência de ação do filme, quando um avião descontrolado cai em direção a um estádio de beisebol, lotado. Realmente impressionante. Os efeitos são ótimos, eficientes, mas nada muito diferente do que vimos em Matrix Revolutions, por exemplo.
Depois, o filme arrasta-se numa narrativa com pouca ação, que exige certa paciência para quem não for fã do herói.
Mas veja bem, o filme não é ruim. Dá para assistir e se divertir, sem problemas. O que eu reclamo, é que poderia ser melhor. Beeeeem melhor!
No meu quadro na VTV, o filme ganhou um saco grande de pipocas. Aqui, que posso justificar melhor, adoraria dar 5 estrelas como cotação. Mas o máximo que posso dar são .

Homem de Aço, Coração de Ouro

Atendendo a pedidos da leitora Ivy Farias, republico parte de um texto que fiz na ocasião da morte de Christopher Reeve, para uma coluna que tinha no site da MTV.

E lá se foi o último filho de Krypton. Morreu no domingo (10/10/2004), aos 52 anos, Christopher Reeve.
O ator norte-americano ficou mundialmente famoso interpretando Kal-El, ou seja Clark Kent, melhor dizendo, o Superman, meu super-herói preferido das histórias em quadrinhos (e do cinema também).
Reeve, que também fez sucesso no Brasil com o romance cult Em Algum Lugar do Passado (Somewhere in Time, 1980), tinha feito uma participação afetiva no seriado Smallville.
Como Super-Homem foram quatro filmes, sendo que os dois primeiros foram rodados quase que simultaneamente. A produção foi conturbada porque o diretor Richard Donner (Os Gonnies e da série Máquina Mortífera) foi dispensado depois de ter rodado grande parte de Superman II (e o filme foi remontado a sua revelia).
O projeto que inicialmente era de uma fita independente, foi absorvido depois pela Warner. Mas só ganhou credibilidade quando Marlon Brando foi contratado para fazer o papel de Jor-El, pai do Superman, ganhando 3 milhões de dólares para aparecer apenas 07 min e meio!! (na época, uma quantia exorbitante).
Lançado em 1978, Superman – O Filme era tecnicamente extraordinário. Christopher Reeve até então não era muito conhecido, mas foi a escolha perfeita. O filme praticamente acertou em tudo, no vilão Gene ‘Lex Luthor’ Hackman, no prólogo, até na ótima trilha musical clássica de John Williams.
Ganhador do Oscar de Efeitos Visuais, o filme conseguiu convencer no mais difícil: o vôo do super-herói. Só não gosto muito da Lois Lane Margot Kidder, ela é feia e anos depois, na vida real, ficou meio louca. Mas na época talvez fosse mesmo a mais capaz (vide os testes de cena na edição em DVD).
Dois anos depois, veio a continuação Superman II – A Aventura Continua, particularmente o meu favorito. Aliás, a briga do herói com os três bandidos de Krypton é demais. Levando em consideração as limitações de 20 anos atrás, não deve em nada para muito filme atual. Quando o filme reprisa na TV, os efeitos ficam meio datados, mas com o tratamento digital do DVD, eles ainda permanecem muito bons.
Por questões econômicas (e problemas contratuais), Marlon Brando ficou de fora e suas falas foram para Susannah York, a mãe de Superman. O diretor Donner também foi afastado (injustamente) e a fita teve o corte final de Richard Lester (famoso pelos filmes com os Beatles, como A Hard Day’s Night).
Em 1983 surgiu Superman III, o mais esquisito e menos conhecido da série. Muita gente nunca viu e nem sabe que existe! Parece que na época Christopher Reeve já estava de saco cheio do personagem e queria tentar novas oportunidades como ator.
Nele, Clark Kent encontra sua paixão da adolescência Lana Lang (que é interpretada pela bela e jovem ruiva Annette O’Toole, que hoje faz a mãe de Clark no seriado Smallville!). Lois Lane praticamente não participa da história. Surge também um vilão gênio da informática, feito pelo comediante Richard Pryor.
É engraçado como o filme ficou datado, com os super-computadores da época, que tinha tantas funções quanto um PenseBem (ahuahauh, lembram daquele brinquedo da TecToy?! Era classe A!).
Enfim, curioso também por trazer uma Kryptonita sintética que divide a personalidade do herói. Ele se transforma num mulherengo, com problemas com a bebida e com barba por fazer, provocando uma batalha entre o bom Clark e o mau Superman! Ele luta com ele mesmo num ferro-velho! Tanto que originalmente o filme iria se chamar Superman vs. Superman.
A série terminaria em 1987, ainda com Reeve como o Homem de Aço, em Superman IV – Em Busca da Paz. Considerado pela crítica o mais fraco deles, mas para mim tem um toque especial, já que foi o único que vi no cinema, com então seis anos de idade. Esse foi produzido pela Cannon (e não pelos Salkind, por isso ainda não saiu em DVD no Brasil), com a direção de Sidney J. Furie.

Diretor do uruguaio Whisky se suicida

Cineastas latino-americanos, cuidado! Depois do argentino (vide post abaixo), agora foi a vez de um uruguaio bater as botas. Só para deixar registrado, não achei muita graça no humor negro de Whisky. Aliás, achei muuuito pouca graça. Mas é questão de gosto. E o filme é bacana sim, independente de ter ou não achado engraçado.

Da Folha Online: O cineasta uruguaio Juan Pablo Rebella, co-diretor, ao lado de Pablo Stoll, do premiado filme Whisky, morreu quarta-feira (06/07) em Montevidéu, aos 32 anos. Segundo a imprensa uruguaia, ele cometeu suicídio durante a madrugada.

Jornais do país informam ainda que não se sabem outros detalhes da morte, mas nesta quinta-feira foram convocadas a prestar depoimento as pessoas que encontraram o corpo.

Rebella nasceu em 1974, estudou Comunicação Social na Universidad Católica e pouco depois começou a trabalhar com Pablo Stoll, com quem dirigiu 25 Watts e Whisky, considerados pelos críticos como dois dos melhores filmes do cinema uruguaio.