14 de jul. de 2006

Superman – O Retorno


Sim, ele voltou! E isso é a melhor coisa do filme! Saber que Superman está de volta. Não sei se vocês pensaram isso, mas quando Cristopher Reeve morreu, senti que tinha acabado a esperança de ver o homem-de-aço novamente nas telonas. Meio idiota isso, pq ele já estava incapaz há quase 10 anos. Mas o cara tinha tanta garra, transmitia uma vontade de vencer, que quase que acreditávamos que um dia ele conseguiria. Enfim, assim é a vida.
O mundo deu voltas e a Warner resolveu ressuscitar a franquia. Se bem que a Warner nunca foi “dona” dos filmes Superman. Mas essa é uma outra longa história que fica para outro dia.
Estiveram envolvidos em projetos durante as últimas décadas, nomes como Tim Burton (direção), Kevin Smith (roteiro) e Nicolas Cage (ufa, olha do que nos livramos!). Houve um outro roteiro de J. J. Abrams (o criador de Lost) que seria dirigido por McG (As Panteras) e depois passou para as mãos de Brett Rattner (X-Men III – O Confronto Final). Robert Rodriguez e Michael Bay foram sondados e recusaram o projeto. Acabou ficando nas mãos do diretor de X-Men 1 e 2, Bryan Singer.

Superman – O Retorno funciona como uma homenagem, um tributo feito por um fã (Bryan Singer) ao super-herói, ao mito, à série, ao ícone. Isso fica claro desde o primeiro minuto de projeção, com letreiros voando pelo espaço iguais ao primeiro filme, de 1978. Também é no início que vemos um take de Krypton, a mesma cena utilizada no Superman - O Filme. A trilha reutiliza os temas clássicos compostos por John Willians, rearranjados por John Ottman. Há participações especiais de Jack Larson e Noel Neill, que foram respectivamente o fotógrafo Jimmy Olsen e Lois Lane na série de TV dos anos 50. E claro, a principal pontinha e mais notável é a do já falecido Marlon Brando, que fez no cinema Jor-El, o pai kryptoniano de Clark Kent. Fizeram mais ou menos o mesmo esquema de Capitão Sky E o Mundo de Amanhã, onde “ressuscitaram” Sir Laurence Olivier usando imagens de arquivo, e alterando digitalmente suas falas e movimentos labiais. Um trabalho sem dúvida notável.
Mas há basicamente duas coisas que me incomodam bastante nesse filme. A primeira delas é a songa-monga da Lois Lane que arranjaram. Kate Bosworth pode ser uma gracinha, mas não é a indicada para o papel, que é de uma mulher enérgica, orgulhosa, de queixo erguido e que não assume suas fraquezas. Margot Kidder, nos primeiros filmes da franquia fez corretamente (ainda que não fosse das mais belas). Até mesmo Teri Hatcher, que foi minha musa nos tempos da série de TV Lois e Clark – As Novas Aventuras do Superman estava dentro do espírito da personagem. Mas Kate Bosworth, francamente, derruba aquilo que podia ser uma história de amor (ou mesmo um triângulo amoroso). Não há a menor química com Brandon Routh, ao ponto de ficarmos com pena dele. Dá vontade de gritar pra tela: “Ei Super, larga dessa idiota e procura outra! Tu pode conseguir qualquer mulher do mundo!”.
Opa, já ia me esquecendo de falar de Brandon Routh! Quem é esse? Até então um ator desconhecido. Agora não mais! Brandon é o próprio, Clark Kent/ Superman. Conseguiram achar um cara, no interiorzão dos Estados Unidos que realmente parece muito com o eterno Christopher Reeve. Apesar de o filme não lhe permitir maiores vôos interpretativos, ao menos como presença em tela ele manda bem como super-herói.

Agora voltando, ao outro ponto (que não gostei do filme), e esse sim fundamental, é o roteiro fraco. Não adianta, não se faz um bom filme com uma má história. O roteiro é a base de tudo. E realmente, nesse aspecto, Superman – O Retorno fica devendo. Acho de muito mau gosto um artifício extremamente clichê que usaram e que é a grande surpresa do filme (nossa.... o q será??? Não vou falar, mas é óbvio!), que fica claro que haverá continuações.
Se por um lado elucida de forma bacana as possíveis dúvidas em relação ao herói (seus poderes de visão de raio X, super audição, se ele ajuda as pessoas em outros países etc), por outro lado falta uma ameaça maior ao Homem de Aço. Lex Luthor, seu arqui-inimigo, interpretado aqui por Kevin Spacey, já teve diferentes versões de caráter ao longo dos anos. A mais bem sucedida, é a do master-mind, do criminoso de mente brilhante que elabora planos mirabolantes para vencê-lo. Neste filme, restou um plano meia-boca, que qualquer outro super-herói poderia dar conta do recado (Pink e o Cérebro podiam armar algo melhor!).
Luthor vai à Fortaleza da Solidão, o lar oficial de Superman, e rouba aqueles cristaizinhos mágicos, com a idéia de construir um novo continente, da mesma forma que um desses cristais construiu a Fortaleza. A diferença é que ele coloca kryptonita no meio disso tudo.
A história se passa após o segundo filme, aquele de 1980. Portanto, esqueçam os fracos 3 e 4 que tiveram depois. Aqui, Superman viaja em busca de suas origens no planeta natal Krypton mas retorna, depois de um bom tempo procurando por vestígios. Em sua volta à Terra, além de cuidar da humanidade, o homem de aço tenta reconquistar o coração de Lois Lane, que nesse ínterim ganhou um prêmio Pulitzer por seu artigo publicado no Planeta Diário, entitulado “Porque o Mundo não Precisa de Superman”.
Lois agora está casada (com James Marsden, numa participação dispensável) e tem um filho, de 5 anos. Hum.... bom, deixa pra lá!
A primeira aparição pública de Superman depois de sua volta é em grande estilo. Aliás, é a melhor seqüência de ação do filme, quando um avião descontrolado cai em direção a um estádio de beisebol, lotado. Realmente impressionante. Os efeitos são ótimos, eficientes, mas nada muito diferente do que vimos em Matrix Revolutions, por exemplo.
Depois, o filme arrasta-se numa narrativa com pouca ação, que exige certa paciência para quem não for fã do herói.
Mas veja bem, o filme não é ruim. Dá para assistir e se divertir, sem problemas. O que eu reclamo, é que poderia ser melhor. Beeeeem melhor!
No meu quadro na VTV, o filme ganhou um saco grande de pipocas. Aqui, que posso justificar melhor, adoraria dar 5 estrelas como cotação. Mas o máximo que posso dar são .

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